Deixai vir a mim os pequeninos...

 

Já era tarde, quando olhei para o sofá da sala e vi Alice Maria deitada olhando fixamente para a televisão. Ela estava assistindo a mais um capítulo dos tantos e tantos desenhos que ela gosta. A sua companheira de aventuras cotidianas, Lívia Maria, tinha ido dormir há horas.

Então, eu disse à pequena que já era hora dela ir dormir também, pois, de fato, era muito tarde da noite.

Alice, fascinada e viajando pelo mundo dos desenhos animados, pediu para assistir mais um pouco, todavia não cedi e, com autoridade de pai, mandei-a para a cama.

Contrariada, contudo, muito obediente, Alice Maria tomou o rumo do seu quarto e deitou-se. Em seguida, eu a cobri, dei-lhe um beijo, desejei-lhe boa noite e caminhei poucos passos em direção à porta do quarto, instante em que Alice Maria disse-me: “Papai, faz a oração comigo”.

Dando meia-volta, constatei que havia feito tudo, menos orar ou rezar com a pequena.

Apesar do cansaço e da tenra idade ─ seis anos ─, Alice Maria sentiu a necessidade de orar antes de dormir. A pequena garota falou-me com muita convicção que a oração faz com que ela não tenha pesadelos.

Com efeito, orar faz bem e falar de Deus em casa para nossas crianças é melhor ainda, pois quando enchemos nossa casa de Deus, ela fica menos vazia de coisas que não têm quase ou nenhuma importância.

Muitas vezes deixamos a televisão e a internet, com tudo o que elas nos proporcionam, tomarem conta dos nossos lares. Daí só se vê e ouve-se notícias más, conteúdos inúteis, maus exemplos, crimes de toda natureza, teledramaturgias tendenciosas, fake news, telejornais sensacionalistas e imparciais, filmes que só ressaltam a violência ou a sexualidade desacerbada, etc… e etc…

O pior é que, quando deixamos de ensinar sobre Deus para os nossos pequenos filhos, damos espaço para formação de adolescentes e jovens com corações ocos, mentes vazias e adultos desprovidos de qualquer valor moral.

Com certeza, muitos dos homens públicos que geriram ou dirigem o país nos três níveis de governo não foram assíduos conversadores com Deus desde pequenos. Do contrário, não fariam tudo errado.

Isso porque, certamente, Deus não ensina a corromper, enriquecer-se ilicitamente, receber e pagar propinas, condicionar o voto ao recebimento de vantagens indevidas, dentre outras coisas que apenas denotam a desonestidade e a falta de compromisso com os anseios do povo.

Muito do que se ver por aí é o reflexo do que é ensinado e aprendido em casa.

É preciso ensinar sobre Deus aos pequenos para que não tenhamos pesadelos quando eles forem adultos.